domingo, 30 de novembro de 2003

Estava andando despretensiosamente na rua quando uma pessoa caiu do céu bem na minha frente. Susto passado, começamos a conversar e de repente todas as palavras e devaneios estavam correndo na mesma direção.
Quando senti, os olhos, os sorrisos, as expressões pareciam espelhos refletindo um brilho que ia muito além de qualquer sumidouro.
E então, todas as histórias do passado que já não tinham mais a menor graça tornaram-se assunto interessantíssimo; o futuro passou a ser chamado de nós e o presente se fazia com momentos intermináveis de ansiedades e surpresas.
Uma sensação de bem querer misturada a um sabor vulgar de objeto de desejo.
Que vontade de ser dona do tempo e dedicar cada segundo somente ao trabalho de dividir esse momento em forminhas de gelo, congelar e depois digerí-los um a um, a cada dia, a cada hora de tédio que ousasse aparecer na minha vida.

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