sexta-feira, 9 de janeiro de 2004

O carro parado no meio do temporal. A rua deserta com árvores que mal deixavam a luz dos postes passar.
Beijo na boca, beijo no corpo, respiração ofegante, vidro embaçado.
A água escorre pelo pára-brisa, as mãos ficam molhadas e a boca gelada.
O barulho da chuva diminuindo, quando ouço: desce do carro, agora.
Aquela voz excitada e convicta me deixa sem forças para dizer não. Obedeço.
Minhas mãos são seguras, meu corpo levado para frente do carro.
A força nos meus braços e o peso sobre o meu corpo me faz deitar sobre o capô.
O prazer cega todo o medo de que alguém veja.
Beijo na boca, beijo nos seios, chuva fina escorrendo pelo corpo.
Vozes distantes, respiração cada vez mais forte. Tento escapar mas não consigo e pensando bem, não quero.
Vozes próximas, suspense, medo, excitação.
Entramos no carro, ofegantes, molhadas, sujas, realizadas.

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