domingo, 17 de junho de 2007

Chega uma hora que a gente tem que catar lixo na esperança de encontrar alguma sobra que nos alimente. É nessa hora que eu despertei e vi onde fui parar. Mas o abrigo que procurei está cheio de cegos como eu estava há cinco minutos atrás. Então eu gritei, mas não encontrei ouvidos. Encontrei surdos pela própria voz. Calei e engasguei com meu próprio silêncio, como sempre faço quando não encontro lucidez. Calo e me deixo engasgar até que vem o choro para mostrar que ainda resta vida, pelo menos dentro de mim.

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